Uma garota de cabelos coloridos. Um homem de terno. Um jovem
com uniforme escolar. Uma moça loira. Uma idosa e sua bengala. Essas cinco
pessoas encontravam-se na estação de metrô, à espera do trem para embarcar,
logo na frente da porta. Poderiam passar despercebidas por todos presentes no
tumulto matutino das cidades grandes.
A garota com cabelo colorido estava radiante naquele dia
ensolarado. Seu namorado voltava de um intercâmbio e ela estava morrendo de
saudades dele, relembrando seu cheiro e sua voz. Mal se aguentava de ansiedade
para vê-lo e se jogar no seu abraço apertado. Seu sorriso era capaz de iluminar
toda a estação, se as pessoas se dignassem a olhar para ela, ao invés de checarem
seus celulares e tablets.
O homem de terno estava esperançoso. Tinha certeza que
conseguiria um aumento no trabalho, para onde estava indo. Aquele seria um
grande dia. Já tinha até reservado uma mesa no restaurante favorito da esposa,
para comemorarem as boas novas. Antes do vagão chegar, ele lia a mensagem
carinhosa que sua amada havia mandado, desejando-lhe boa sorte.
O jovem que pegava o metrô para ir à escola todo dia estava
nervoso. Ele tinha uma prova de matemática para fazer, para a qual ele não
havia estudado nada. Mas o garoto parecia tranquilo, como se estivesse pronto
para mais um dia entediante na escola, ouvindo um rock pelos seus fones de
ouvido e batendo o pé no ritmo da música.
A garota loira estava triste. Ela iria para a casa da irmã
contar do falecimento da mãe delas, que havia morrido na noite anterior. Ela
não conseguia parar de chorar e algumas pessoas olhavam para ela com pena,
porém ninguém se dignou a ajudá-la.
E, por fim, a senhorinha estava transbordando de alegria.
Ela ia conhecer seu primeiro neto. Não conseguia parar de falar sobre isso para
todos os estranhos que passavam e balançar sua bengala enquanto contava todos
os detalhes para os desconhecidos.
Assim que o vagão chegou, essas cinco pessoas aleatórias
prepararam-se para entrar. Porém, o que ninguém esperava era que o passo
seguinte seria a morte que uniria essas cinco pessoas totalmente diferentes. Em
um segundo, tudo estava bem, mas uma explosão sucedeu o próximo segundo. Um
clarão foi a última coisa que esses cinco viram, e um som ensurdecedor, a
última coisa que escutaram.
Cinco pessoas foram mortas por uma bomba terrorista. Cinco
inocentes, sem ligações entre si. Cinco almas com sensações diferentes para
aquele dia. Só mais um dia comum. A alegria, a ansiedade, o medo, o nervosismo,
a melancolia, a tristeza. Estava tudo ali, e em um segundo, não estava mais. Um
segundo foi capaz de apagar todos os seus sentimentos e transformar aquelas
pessoas de desconhecidas em mártires.
Nossa!!! Eu sempre soube que tinha talento só não sabia que era tanto!!histórias e blog incríveis !! Continue assim , você vai longe e eu sempre estarei torcendo por você ! beeijos
ResponderExcluirObrigada! Fico feliz que tenha gostado, de verdade! <3
ExcluirAdorei...como sempre! Uma salva de palmas!! Uma bela caminhada.
ResponderExcluirObrigada!!
ExcluirÓtima narrativa, Bruninha, bastante clara e coesa!
ResponderExcluirObrigada :)
ExcluirMuito bom, faz pensar que talvez essa seja a nossa realidade...um segundo...Pode mudar td!Parabéns Bruna! 😊
ResponderExcluirObrigada! E sim, a ideia é completamente esse, como um segundo pode mudar completamente tudo que conhecemos e, mesmo assim,nunca paramos para nos preocupar com isso.
ExcluirBelíssimo trabalho! Você é muito talentosa 😊
ResponderExcluirObrigada!!
ExcluirQue desfecho inesperado!Muito bom!
ResponderExcluirObrigada :)
ExcluirLindo texto e o final surpreendente!!!Parabéns,menina!!!
ResponderExcluirObrigada!!
ExcluirA história me prendeu totalmente. Quero mais!
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado! Semana que vem tem mais ;)
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