quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Como saber se está apaixonada

  Você sabe que está apaixonada quando não consegue prestar atenção naquela aula que antes era tão interessante.
  Quando você olha o celular de 5 em 5 minutos esperando para ver se tem alguma mensagem dele.
  E quando tem, você sente as borboletas no estômago.
  E quando não tem, bate aquela dorzinha no coração.
  Você sabe que está apaixonada quando perde a fome, e até o sono, acordando no meio da madrugada e -adivinhe- checando o celular.
  Quando o tempo parece se arrastar quando ele está longe e passar completamente rápido quando ele está ao seu lado.
  Quando seus únicos pensamentos são sobre ele e então escapa um sorriso bobo dos seus lábios.

  Você sabe que está apaixonada quando dedica a ele um texto.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

As luzes

 Aqui do alto do morro posso ver a infinidade das luzes da cidade que se estendem além da minha visão. É uma cena magnífica, porém, aterrorizadora.  
 Cada luz é uma pessoa - ou mais. Cada luz está viva, com sonhos, esperanças e medos. E são milhares delas, incontáveis.
  Elas se expandem para bem longe. Não posso ver todas. Quantas luzes amanhã não se acenderão? Quantas novas irão surgir?
 Quando a minha luz se apagará?
  Por que a minha luz se destacaria no meio de tantas?
  Como é a vida dessas luzes? Será que todas brilham tão intensamente?
  Será que todas sabem da nossa enorme existência?
  Será que elas param no alto de um morro para refletir sobre luzes na cidade?

  É uma visão magnífica, e aterrorizadora, essa das luzes que brilham na cidade.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Frio

Estava tão frio.
Meu dentes batiam e eu tentava me esquentar.
Mas você chegou.
E só o seu sorriso foi capaz de derreter a neve ao meu redor.
E os seus braços tão quentes deixaram tudo mais agradável.
Você deixou todo o ambiente mais caloroso. Esquentou meu gelado coração.
E depois partiu.

Deixando que tudo congelasse de novo.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Café

      As folhas alaranjadas caíam das árvores naquele frio outono-quase inverno. Numa cafeteria no centro da cidade, estava sentada uma mulher, bebericando um café quente e forte e mordiscando uma barra de chocolate. Ela olhava a agitação e a correria daquela manhã, observando enquanto as pessoas andavam rápido para pegar o metrô. Jennifer tinha pena desse tipo de gente. "Sempre correndo, sem aproveitar a maravilhosa vista pela qual esbarramos, sem sequer refletir sobre os infinitos sentimentos que um ser humano possa sentir. Ah, essas pessoas, sempre correndo, atrasadas, vivendo suas vidas miseráveis, indo ao trabalho apenas para mais um dia de sua vida passar sem nenhuma alegria, apenas brigas e estresses. A vida é curta, mas eles não entendem isso. Só precisam de dinheiro, é o que os deixam felizes. Otários", era o que ela pensava.
        Jennifer não "trabalhava", ela passava o dia pintando quadros e desenhando e, às vezes, fazia um passeio pela cidade. À noite, lia livros: românticos, engraçados, tristes, qualquer um que deixasse suas emoções fluírem e transbordarem. Era disso que Jennifer gostava: emoções. E era por isso que ela estava naquele café no centro. Ela queria saber o que sentiria se o visse de novo, se falasse com ele.
        Apesar de se localizar na parte mais tumultuada da cidade, a cafeteria não estava cheia. Era um local robusto, com escuras paredes de madeira e muitas mesas espalhadas pelo amplo espaço. Havia músicas instrumentais como plano de fundo. Jennifer estava localizada no final da sala, perto de uma das enormes janelas. Sua pele era clara, cabelos compridos cor de chocolate e olhos verdes profundos, daqueles que você olha bem no fundo e vê uma infinidade de coisas e possibilidades.
         Esses mesmos olhos localizaram o "alvo". Mateus Augusto. Seus cabelos loiros voavam devido a ventania. Seus fortes braços tampavam seu rosto para que nenhuma sujeira entrasse em seus olhos. E, por mais que não os visse, ela se lembrava dos olhos dele. Castanho-escuros. Ela sorriu. O romance deles era composto de sorrisos e olhares, relembrou.
         Ele entrou no café, deu bom dia aos funcionários e tirou o longo casaco preto. Tinha uma alta estatura, o oposto de Jennifer.
          Instantaneamente, o local parecia mais aquecido apenas com ele ali. Jennifer fechou os olhos e deixou as lembranças de 10 anos atrás inundarem sua mente.
         -Jenn? - Ela ouviu o espanto contido na voz do amado e abriu os olhos rapidamente.
         -É um prazer revê-lo, Mat. - Respondeu, tentando manter a voz firme e sem emoção.
          Aquilo era loucura, ela sabia. Reviver todas aquelas emoções... Mas era o que ela queria. Emoções. Estava cansada de viver todos os dias as mesmas coisas... Ela queria mais.
          -O que faz aqui? Por quê?  - Ele parecia cansado, irritado pela presença dela.
          -Sei que tem muitas perguntas, Mat, mas eu realmente não poderei respondê-las agora. Temos um assunto mais importante para discutir.
          - Não, Jenn, não temos. Você acha que não te conheço? Nossa história acabou há 10 anos, está encerrada e não há nada mais pra acrescentar. Mas você, no seu egoísmo, invade a minha vida do nada, depois de 10 anos provavelmente pra “sentir emoções”. – ele falava rápido e gesticulava com os braços. – Eu não sou seu boneco que você larga de lado e só pega quando está carente, não se trata pessoas assim, Jennifer!
     - Me diz se você não está feliz em me ver, Mat. Eu sei que está! Isso não é apenas por mim, é por nós dois! – ela se levantou para abraçá-lo, mas ele se desvencilhou. Jennifer suspirou e largou os braços ao redor do corpo. – Eu precisava te ver, Mat. Sinto sua falta. Tô cansada da solidão, do vazio e do silêncio do meu quarto. Eu quero sentir aquele nosso amor de novo e todas as emoções: alegria, êxtase, dor, tristeza, raiva, felicidade.
      - Esse é seu problema: você está sempre cansada. Da sua vida, das pessoas, de você mesma. Você não aguenta a solidão porque não suporta a sua própria companhia. Jenn, passaram-se dez anos. Eu segui em frente e não preciso mais de você e você não precisa de mim. Você quer um robô que te agrade e faça tudo por você. Sinto muito, mas eu não farei isso. Não adianta vir ao café que eu frequento pra tentar me ter de volta, porque no fundo você não me quer, você quer qualquer um que preencha esse vazio, essa falta de amor na sua vida, pra você sentir todas essas emoções que te fazem fugir da realidade. Para de fugir, Jenn. Encara tua vida. Chega de fingir. Olha, nós não temos nada pra resolver. Você cansou de mim e foi embora, eu sofri pra caralho, mas segui em frente e agora sou casado e tenho uma linda filhinha. Não temos nada pra resolver, mas você tem que se resolver consigo mesma. Espero que tenha sentido as emoções que queria, pois eu não senti absolutamente nada. Você disse o primeiro adeus e eu o repito agora – e para sempre – adeus, Jennifer.

       Então ele se virou e foi embora em direção ao metrô, sem nem pedir seu café com leite. Pelo menos, Jennifer teve o misto de emoções que queria, mas pela primeira vez, não gostou do que sentiu. Desabou na cadeira, as lágrimas escorrendo involuntariamente pelo seu rosto. Olhando para a rua, pensou em tudo que aquele que um dia ela pensava ter amado havia dito e não tinha mais certeza de quem tinha pena: dela, ou das pessoas que dizia desprezar no começo desse conto. Quem era o verdadeiro otário? Ela não sabia mais dizer. 

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Medo do escuro

  -Eu tenho medo do escuro. - ela me sentenciou, sussurrando, enquanto eu desfazia a trança de seu cabelo, nós duas sentadas em sua cama.
   -Não tenha, minha pequena. - respondi, aproximando-me dela. - Olhe lá fora, nunca está escuro de verdade. Há sempre a luz do luar ou uma janelinha acesa ao longe. Até quando vamos dormir, há uma claridade reconfortante ao nosso redor. - eu disse, apontando para a janela.
   -Mas não é esse escuro que eu tenho medo, mana. É o escuro dentro de mim. - ela apontou para o peito e sua voz falhou, como se ela estivesse segurando as lágrimas. E eu me assustei com sua fala, por sua idade tão novinha.

   -Mas esse escuro não é muito diferente do outro, querida. Também nunca vai estar completamente preto dentro de você. Vai ter sempre uma luzinha para você se agarrar, lembre-se disso. Ou a luz do luar ou a janelinha acesa ao longe. Mas agarre-se a ela e você saberá, dentro de você, que nunca está totalmente escuro, que sempre há uma claridade. E assim você nunca precisará ter medo. Lembre-se disso: a escuridão nunca domina totalmente e ela vai passar.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Ironia

   É irônico, pois com toda essa dor no meu coração, com essa tempestade em minha alma, o céu brilha azuladamente. As nuvens do lado de fora se foram, mas aqui dentro elas ainda permanecem. As pessoas riem e brincam, se abraçam e se beijam, iluminadas pelos raios do sol. Como e por que elas estão felizes quando tudo ao meu redor está negro? Por que elas podem e eu não? É injusto.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Você

  Quando você vai para sua casa, gosto de relembrar nossos momentos.
  O sabor dos seus lábios, o calor da sua pele, a delícia do seu cheiro, a maciez do seu cabelo.
  O jeito como você me abraça forte, como se tivesse medo que eu evaporasse; como você sorri para mim e me olha, parece que não acreditando que eu estou junto a ti; lembro quando você suspira depois de um beijo.
   Penso em como é bom simplesmente estar abraçada com você, protegida nos seus braços, o melhor lugar para se estar. Em como sinto saudades no momento que você some da minha visão e em como eu preciso desesperadamente de você como preciso de oxigênio para respirar.
   Céus, é tanto amor que não cabe mais dentro de mim, que parece que eu vou explodir.
   E então passo o dia pensando em você, em nós. Nos seus gestos, nos seus agrados. Nos seus beijos e seus abraços. Em como sou feliz ao seu lado, como me sinto bem, em paz.
   Porque você é o único que me faz sorrir à toa, o tempo todo, relembrando nossos momentos, imaginando os próximos, contanto o tempo para te ver.

   E sorrio, sozinha, só pensando em você. E em como os melhores momentos do meu dia são quando falo contigo e os melhores dias da minha semana são quando te vejo. 

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Versões

     Papai é o melhor pai do mundo. Ele é bom comigo. Carinhoso, amável, atencioso. Enche-me de abraços e bonecas. Lê para mim histórias incríveis de bruxos, piratas e fadas. Diz que beija minha testa quando chega do trabalho, sempre tarde. Eu tenho sono pesado, não sinto, mas acredito nele. Leva-me para passear nas pracinhas e me empurra no balanço. Eu o amo. Ele é bom.

    Meu marido é o pior marido do mundo. Ele é mau comigo. Agressivo, rude, bruto. Enche-me de socos e palavrões. Mostra-me meus defeitos e incapacidades. Grita comigo durante a noite, e eu grito de dor. Nossa filha não escuta, tem sono pesado. Leva-me para o quarto e me deixa cheia de hematomas. Eu o odeio. Ele é mau.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Seus olhos

  Ela tem seus olhos, amor. O mesmo olhar profundo, de azul-mar-infinito, em que se dá para encarar para sempre e nunca encontrar o fim daquela imensidão. Os olhos de quem sabe demais, mesmo sendo tão novo, os olhos que te dão apoio, mesmo sem entender o que está acontecendo. Os seus olhos estão aqui, amor. Nela. E não é só isso.
  Ela também tem o seu sorriso, e creio que terá a mesma risada. Aquele som envolvente e musical, que saía de seus lábios nas horas mais espontâneas.
  Ela me lembra muito você, meu amor. Os olhos, o sorriso. Posteriormente, a risada (tenho certeza).
  Queria que você estivesse aqui. Iria se derreter por ela como eu me derreto. Iria amá-la como eu a amo. Iríamos nos amar como sempre amamos.
  Queria que você estivesse aqui. Queria encarar seus olhos azuis, queria ouvir sua risada poética, queria ver seu belo sorriso, que te foi arrancado tão bruscamente.

  Queria te ver do jeito que era pelo menos mais uma vez. Queria me despedir dos seus olhos e do seu sorriso propriamente. 

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Choro

Nunca quis te magoar
E me dói saber que você sofre com cada lágrima que eu derramo
Por favor
Não chore

Deixe que eu choro por nós

terça-feira, 23 de agosto de 2016

A princesa dos túneis subterrâneos

Há uma antiga lenda sobre uma princesa apaixonada. Ela fugia pelas passagens secretas do castelo no meio da noite, com apenas uma lamparina para iluminar os escuros e úmidos túneis subterrâneos. Tudo porque seu amado era um plebeu e ela era prometida a um galante, porém cruel, príncipe estrangeiro, que selaria a paz entre dois reinos.
Porém, nós não mandamos em nossos corações, e o da princesa Annelise pertencia ao camponês Richard.
O amor deles ainda é celebrado pela nossa cultura, pois por amor eles também encontraram a morte. E o amor deles reinou o nosso país também.
Annelise conheceu Richard quando sua carruagem real quebrou em um passeio pela cidade. O camponês foi quem ajudou a princesa e seu cocheiro. Uma troca de olhares foi capaz de selar o destino dos dois.
Eles acharam que nunca mais se veriam, mas se encontraram no baile de boas-vindas ao príncipe estrangeiro que iria passar uma temporada na corte. O primo de Richard, um guarda pessoal do rei, havia sido convidado e o levara junto.
Annelise era a melhor dançarina e seu espírito alegre e seu lindo sorriso conquistavam todos. E ninguém nega que, apesar de Richard ser bem mediano na dança, os dois possuíam muita química juntos. O ar envolta deles parecia mágico.
Impulsionados pela paixão e pelo desejo, marcaram de se encontrar no lago da floresta na noite seguinte, para onde a princesa ia por meio dos túneis, com uma velha capa cinza para encobrir seu rosto.
Apesar de muitas diferenças (Annelise não compreendia a vida dura do campo e suas dificuldades e Richard não entendia os jogos de poder da corte), o amor entre os dois era muito forte e nada poderia separá-los. Passaram muitas noites se encontrando no lago, porém, certo dia, Annelise descobriu que seria mandada para o país de seu pretendente e se casaria lá.
A princesa cresceu sabendo que o matrimônio era uma obrigação para com seu país e que deveria apenas cumprir seu dever e dar ao seu marido um herdeiro. O casamento de seus pais era exatamente assim e eles mal se viam. Ela tinha apenas que fazer a sua obrigação.
Mas agora ela não conseguia mais viver sem seu amor. Não suportava a ideia de não ter os braços dele ao seu redor e não ver o seu sorriso que amava tanto. Então, eles resolveram fugir.
E por um bom tempo, viveram felizes, isolados em uma casa no campo. Annelise adorava a vida na corte, as festas, as danças, os flertes, os jogos de poder, os vestidos e o palácio. Mas não se arrependia de ter trocado tudo isso por uma calma vida ao lado do homem que amava, mesmo que totalmente diferente da vida que levara antes, sem regalias ou luxo. Eles também tiveram uma linda menina, chamada Anne.
Quando a menina tinha 5 anos, os guardas chegaram e prenderam a princesa, Richard e Anne. Richard foi acusado de traição e perdeu a cabeça. Annelise foi prometida a um lorde que a aceitou, porém morreu de desgosto um pouco antes do casamento. A pequena Anne, uma mistura perfeita dos pais, com os cabelos loiros lisos da mãe e os olhos castanhos encantadores do pai, o nariz fino como o da princesa e o sorriso tordo como o do camponês, foi criada pelos avós que, apesar de não aceitarem a menina como legítima, não optaram pela sua morte por ser apenas uma criança.
Anne cresceu e foi prometida a um lorde qualquer. Deu a sorte de se apaixonar por ele e ele por ela. Quando o avô morreu, o trono não se manteve muito nas mãos do herdeiro, seu tio, que também partiu deste mundo logo em seguida, sem ter tido tempo para deixar filhos. A linhagem da família havia se extinguido, em teoria, por Anne ser considerada uma bastarda. Porém, ela tinha o sangue da família real e reivindicou o trono. Seu reinado foi o mais produtivo de toda a nossa história, apesar de ser marcado de tramas contra a rainha, principalmente por ser uma mulher e ter sido concebida no amor.
Annelise e sua coragem de lutar pelo amado mudaram a história e sua mensagem é clara: nunca desista do amor. A princesa dos túneis subterrâneos continuará tendo sua história contada por muitos séculos e adorada por todo o reino.


terça-feira, 9 de agosto de 2016

Quando amamos

Quando amamos, uma parte de nossas almas passa a morar no coração do nosso amante. Por isso, quando a pessoa amada se afasta de nós, mesmo que seja por poucas horas, bate aquela sensação de vazio, como se algo lhe faltasse - porque falta. E só há a sensação de plenitude quando, por fim, ela volta para seus braços e você pode repousar sua cabeça sob seu coração, sabendo que atrás daquelas batidas ritmadas, uma parte de você está protegida.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Pensando em você

        Uma festa cheia. Eu estava feliz. Dançava com os meus amigos e conversávamos muito. Era cedo ainda, ninguém pretendia ir embora a essa hora.
        Mas eu fui. Porque eu não consigo disfarçar meus sentimentos. Assim que eu soube: “é verdade, ele não vai querer nada sério com você”, não consegui mais ficar lá. Precisava de ar. Queria socar a sua cara por ter me dado falsas esperanças.
        Fui embora. Cheguei à casa e deitei em minha cama com a roupa da festa mesmo. Tentei não pensar em ti e nas derradeiras palavras. Como fui boba, não? Pensar que alguém como você fosse realmente me querer. Rezei. Agradeci a Deus por descobrir a verdade antes que fosse tarde demais e choraminguei um pouco sobre meu "romance" destruído. Fechei os olhos, tentando não pensar em você. No seu cheiro delicioso, na sua voz, no maravilhoso encontro de nossas mãos. Nos seus lábios. Céus, era impossível não pensar em você. Tinha virado rotina já.
           Me obriguei a pensar em outra coisa. Adormeci depois de muito tempo.

           Acordei pensando em você.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Música de outono

      O som proveniente do piano espalhava-se pelo chão de madeira e pelas paredes de vidro, de onde podia se avistar a floresta com suas folhas alaranjadas delicadamente desprendendo-se das árvores e formando um tapete no chão.
      A música era tão clara que era palpável. Praticamente podia se ver as notas musicais flutuando pelo ar outonal, junto com a poeira e a luminosidade solar. A garota responsável por tão belo som estava completamente imersa na mágica atmosfera musical, seus pensamentos voltados à pessoa que mais gostava de ouvi-la.
      A saudade que sentia dele era imensa e apertava o peito de maneira dolorosa. Ao olhar para o lado, com a visão da floresta, lembrava dele ali, em pé, a observá-la, com seu meigo sorriso ansioso e seus cabelos loiros bagunçados pelo vento. Lembrava dos dois bailando por aquele imenso salão ao som de uma música silenciosa. Dos olhos fechados dele ao sentir a música que ela tocava, sentado no sofá de veludo ao lado do piano.
      As memórias voltavam num flash, as lágrimas arriscavam sair dos seus olhos.
      Quando ele adentrou aquela mesma sala com a mais dolorosa das notícias. Todas as noites solitárias que ela passou com a cara inchada de choro pensando se ele havia sobrevivido a mais uma noite naquela guerra selvagem. Cada vez que aparecia uma carta dele, com suas juras de amor. A ansiedade evidente por sua volta e o alívio quando os temíveis guardas não paravam em sua porta e passavam direto. Ah, todas as emoções que aquele salão presenciou daquela pobre menina de cabelos da cor das folhas do outono. Todas as emoções refletidas nas peças do piano.
           Fazia oito meses que ela não tocava essa música, a música deles. Fazia oito meses que ele havia partido. Mas hoje, hoje ela precisava tocar. Por ele. Por ela. Ou ela iria enlouquecer.

           Um soluço explodiu de seu peito e não foi possível mais conter as lágrimas, interrompendo a bela melodia abruptamente. Agora o único som presente na sala só poderia ser produzido por alguém que perdeu o verdadeiro amor e sabe que nunca irá vê-lo novamente.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Desastres

  Desastres. Milhares de desastres podem ocorrer a cada segundo do dia.
  Eu poderia ser atingida por um raio ou por um meteoro. Podia rolar da escada e bater a cabeça. Ou sofrer um assalto. Quem sabe até ser explodida por um ataque terrorista. O carro onde eu estiver pode bater ou descer ribanceira abaixo.
  Há diversos tipos de desastres que estamos sujeitos por simplesmente estarmos respirando e podem acontecer a qualquer segundo, quando menos esperarmos.

   Mas o pior de todos os desastres seria se você me deixasse.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Tulipa

    Eu tive uma tulipa uma vez. E ela era linda. Ficava na minha janela e eu sempre a encontrava observando a minha flor.
     Ela adorava tulipas, isso era verdade. Principalmente a minha, que era viva e sempre charmosa.
     Chegou o tão terrível dia. Minha tulipa murchou como os olhos de minha amada. O sol parecia não iluminar a casa da mesma maneira, tudo estava com menos brilho e mais cinzento, apenas com o desaparecimento delas.
      Murchou. Adoeceu. Tentou viver. Não adiantou: morreu.

      Da janela para o lixo. Olhando para aquele canto da sala, ainda sinto falta. Da tulipa e da minha amada. E do jeito que o sol brilhava pela casa, encantado com a beleza delas.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Última noite

  Mary desceu as escadas indignada, o som de seu salto alto ecoando pelo jardim estridentemente. Seu empresário, John Ross tentou segurá-la pelo braço pálido, mas a atriz se esquivou e tentou se aquecer com seu casaco de pele branco, jogado no ombro.
- Miss Mary, por favor, volte para dentro. Está frio e uma chuva se aproxima.
  Era comum a estrela dar ataques e descer as escadas correndo em direção à rua ladeada por mansões. Não era a primeira vez. John suspirou alto, já estava cansado de lidar com novas atrizes que deixavam a fama subir à cabeça e achavam que podiam tudo. E, por enquanto, podiam, pois eram jovens e belas, mas não talentosas. Elas iriam envelhecer e então seriam esquecidas pela mídia e por Hollywood, abandonadas no fundo do poço, sem nada. Mas agora, eram ricas e valorizadas, e Mary era uma delas. A loira sabia de seu sucesso e sabia que John estava faturando muito com seus filmes e ia mimá-la, fazendo todas as suas vontades. Ela podia ser fútil, mas era esperta.
- Ross, já disse que só volto quando tiver meus... - então Mary parou de falar e deixou os braços caírem ao lado do corpo, olhando espanta para uma figura minúscula encolhida no muro de pedra, perto do portão.
  Era uma garotinha, com longos cabelos pretos cacheados e volumosos, que contrastavam com a brancura de sua pele. Ela tremia naquela noite fria com peças de roupa tão finas e seus lábios tinham perdido a cor. Ela levantou a cabeça e olhou diretamente para Mary, com o espanto reluzindo em sua face.
  Mary apiedou-se da pobre menina e por um momento esqueceu-se da raiva que sentia e também da dúvida - como uma menina conseguiu burlar a segurança?
  Ajoelhou-se ao lado da pequena e perguntou-lhe qual era seu nome, percebendo o quão gelada a pele da magra garotinha estava ao tocá-la. Retirou rapidamente a mão do braço da menina, sentindo uma sensação estranha passar por seu corpo, algo como... pavor. Mas logo fez questão de ignorar essa sensação e se concentrar na criaturinha a sua frente.
- Suzanna, Miss.
- Ah, pobrezinha, você está tão gelada! E aqui está tão frio! Vamos, entre conosco e terá um belo banho quente e farta comida. Também deixarei você dormir tranquilamente em um dos quartos, numa deliciosa cama com uma lareira para te esquentar.
- Srta. Mary, pense racionalmente. Não podemos colocar essa criança dentro de casa. Você nem sabe quem ela é, de onde veio! Ela pode muito bem ser uma ladra!
- Ross, menos! Ela é a apenas uma criança, tenha piedade! - Replicou Mary. - A casa é minha e eu digo que ela entra. Acabou. - Dirigindo-se delicadamente para Suzanna. - Vamos, querida, venha comigo.
  A menina foi obedientemente. Recebeu todas as regalias possíveis. John estava intrigado com a garota, como ela havia conseguido chegar até ali, mas, por ora, Mary havia esquecido do desentendimento e isso era bom. Resolveu então deixar as duas em paz e retirou-se para seu quarto.
  Suzanna estava confortavelmente instalada em uma enorme cama de casal, num quarto maior ainda. Olhando para as chamas da lareira, ela ainda sentia sede. Havia conseguido entrar na casa daquela moça bonita de olhos azuis, típica dos filmes americanos, com aquele corte de cabelo dos anos 20. Mas ainda não havia alcançado seu objetivo. Levantou-se então e sorrateiramente procurou pelo quarto da atriz.                              
  Mary colocou sua camisola branca e deitou-se embaixo das cobertas para se aquecer, esquecendo completamente de fechar as cortinas. Por isso, o quarto ficava claro quando os relâmpagos apareciam no céu e assim pôde ver quando a pequena Suzanna abriu a porta lentamente. Estava chovendo violentamente do lado de fora, com trovões extremamente barulhentos. Um raio iluminou o rosto pálido da menina.
- Entre, minha criança. O que houve?
- Desculpe incomodá-la, Miss. Mas eu estou com medo. Posso me deitar com você?        
  Mary sorriu, vendo a menina tremer com o barulho de um trovão.
- Venha, pequena. Deite-se aqui.   Suzanna correu até a cama e deitou-se ao lado de Charlotte, que começou a fazer carinho em seus cabelos.                           
  Raios iluminavam o quarto periodicamente. Aquela sensação estranha estava dominando Mary novamente, cada vez mais forte, apertando seu coração. Suzanna podia sentir seu medo, os batimentos da atriz se acelerando.                               
  Por um tempo, estavam no escuro, um pouco afastadas, olhando uma para a outra. Assim que houve outro relâmpago, Mary percebeu que Suzanna havia se aproximado.      
   Escuro novamente. Quando clareou, Suzanna estava mais perto e com um sorriso diabólico no rosto. Mary se encontrava num pavor total, tentando se desenroscar dos cobertores quando sentiu o toque frio das mãos da menina em seus pescoço, a atriz esperando por outro clarão. Quando este veio, percebeu que Suzanna estava colada ao seu corpo agora e não tinha mais como se afastar. Tentou gritar, mas sua voz ficou presa na garganta.
- Não tenha medo, Miss. - sussurrou Suzanna.                      

E então veio um relâmpago e viu Suzanna abrir a boca, com dentes tão afiados e sentiu os dentes da garota cravarem-se em seu pescoço. Esperou por outro clarão, mas tudo havia se tornado escuro. Para sempre. 

terça-feira, 28 de junho de 2016

Jon e Charlotte

   Era uma tarde ensolarada e a pequena menina se divertia com seu picolé, sentada no balanço daquela velha árvore. Seus pezinhos balançavam para lá e para cá, seu rosto estampava felicidade e seus olhinhos azuis brilhavam. O sol batia em sua pele clara, transmitindo um calor gostoso. Seu delicado vestido vermelho, outrora arrumado e passado pela sua mãe, agora encontrava-se amassado. E o grande livro do papai encontrava-se em suas coxas. Era um livro grande e pesado, de capa preta com letras douradas. Charlotte ainda não sabia ler direito, mas se sentia atraída por livros enormes e pelas lindas gravuras que alguns continham.                                     
    E ali ela passou a tarde. E quando estava quase anoitecendo, Jon chegou. Ele era uma graça de menino, apenas um ano mais velho que a amiga. Sorriu para Charlotte e sentou-se aos seus pés, para ouvir as histórias que ela inventava. Apesar de sentirem um carinho imenso um pelo outro, as diferenças entre os dois eram gritantes, tanto pela cor de pele, quanto pelas roupas ou gestos. E os pais de Charlotte não suportavam o fato dos dois andarem juntos, enquanto a mãe de Jon era a pessoa mais amorosa da região e estava sempre de braços abertos.

     Os meninos nem imaginavam o que enfrentariam no futuro para superarem os preconceitos e ficarem juntos. Mas, naquele momento, eles só pensaram em aproveitar o pôr-do-sol.  Quando crescerem, hão de se preocupar com o amor. Por enquanto, não há nada que impeça esse amor que só floresce.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Você se foi

Hoje eu encontrei um antigo desenho seu embaixo da cama, amor. Você deve ter esquecido aqui quando foi embora correndo. Lembra quando você desenhou aquela bebê sorridente no colo da mãe? Não as conhecíamos, mas você se apaixonou pelo jeito meigo daquela criança sorrir, mesmo sem dente, com as bochechas enormes e o lacinho rosa preso no pouco cabelo castanho. Então você a desenhou porque queria que a nossa filha fosse assim também. A gente nem sabia qual seria o sexo do bebê, mas você tinha certeza que seria uma menina, como essa do parque.
Esse desenho me fez lembrar dos nossos momentos, meu amor. De todos eles. Da sua felicidade ao descobrir que você estava grávida, ao se jogar nos meus braços e me apertar bem forte, com suas pernas balançando e a sua risada contagiante. Das pintas que pintam as suas costas e de como eu gostava de passar os dedos por ela. Da sua respiração calma quando você dormia, o único momento do dia em que você não estava agitada.
Sorrio ao lembrar dos seus passos de dança no meio da madrugada, com um rabo de cavalo mal feito, seus cabelos loiros balançando no ritmo da melodia. De acordar e ver você pintando, usando uma velha camisa minha. Sorrio ao lembrar de você sempre rindo, alegre.
Lembro também dos seus ataques, de você sair correndo de casa na escuridão e eu correr atrás de você, temendo que fizesse algo estúpido. Lembro das lágrimas marcando sua face nos piores momentos. Como na hora que você me abandonou.
Lembro de como você sussurrava "eu te amo" e também lembro da sua voz quando disse adeus.
E eu não queria lembrar da vez que você descobriu que perdeu a nossa bebê. Não queria lembrar do seu desespero, da sua dor. E de como você pegou as suas coisas e partiu, deixando nosso quarto uma bagunça, como se tivesse passado um furacão por ali. Você era o furacão, meu amor. Você bagunçou toda a minha vida, mas eu fui feliz na nossa bagunça, na nossa falta de rotina. Fui feliz com seus cafés ralos, com o peso do seu corpo quando você se jogava em mim, com o seu sorriso, com a visão de você pintando o pôr do sol, deitada na entrada da casa. Você foi embora e deixou para trás nossas lembranças, que tanto me torturam.
Recebi a ligação do seu irmão alguns dias depois de sua partida. Lembra como ele se preocupava com você? E dos churrascos que nós três fazíamos no quintal? Então, ele me ligou. Disse-me que você tinha sofrido um acidente de carro, que você tinha partido de verdade. Eu não consegui acreditar, porque é inimaginável existir em um mundo que você não exista. Eu olho para entrada da casa e você não está lá desenhando o pôr-do-sol. Eu olho para cozinha e você não está lá cantarolando alguma melodia e fazendo seu café horroroso. E não ter você nos meus braços dói demais.
Acho que tem lágrimas escorrendo pela minha face. Eu olho para esse desenho da garotinha e penso como teríamos sido felizes com a nossa própria filha, como tudo teria sido diferente se você não a tivesse perdido, como eu ainda poderia dizer que te amo e você abrir aquele lindo sorriso.

Mas a nossa menina se foi, e você se foi com ela.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Mais um dia

Uma garota de cabelos coloridos. Um homem de terno. Um jovem com uniforme escolar. Uma moça loira. Uma idosa e sua bengala. Essas cinco pessoas encontravam-se na estação de metrô, à espera do trem para embarcar, logo na frente da porta. Poderiam passar despercebidas por todos presentes no tumulto matutino das cidades grandes.
A garota com cabelo colorido estava radiante naquele dia ensolarado. Seu namorado voltava de um intercâmbio e ela estava morrendo de saudades dele, relembrando seu cheiro e sua voz. Mal se aguentava de ansiedade para vê-lo e se jogar no seu abraço apertado. Seu sorriso era capaz de iluminar toda a estação, se as pessoas se dignassem a olhar para ela, ao invés de checarem seus celulares e tablets.
O homem de terno estava esperançoso. Tinha certeza que conseguiria um aumento no trabalho, para onde estava indo. Aquele seria um grande dia. Já tinha até reservado uma mesa no restaurante favorito da esposa, para comemorarem as boas novas. Antes do vagão chegar, ele lia a mensagem carinhosa que sua amada havia mandado, desejando-lhe boa sorte.
O jovem que pegava o metrô para ir à escola todo dia estava nervoso. Ele tinha uma prova de matemática para fazer, para a qual ele não havia estudado nada. Mas o garoto parecia tranquilo, como se estivesse pronto para mais um dia entediante na escola, ouvindo um rock pelos seus fones de ouvido e batendo o pé no ritmo da música.
A garota loira estava triste. Ela iria para a casa da irmã contar do falecimento da mãe delas, que havia morrido na noite anterior. Ela não conseguia parar de chorar e algumas pessoas olhavam para ela com pena, porém ninguém se dignou a ajudá-la.
E, por fim, a senhorinha estava transbordando de alegria. Ela ia conhecer seu primeiro neto. Não conseguia parar de falar sobre isso para todos os estranhos que passavam e balançar sua bengala enquanto contava todos os detalhes para os desconhecidos.
Assim que o vagão chegou, essas cinco pessoas aleatórias prepararam-se para entrar. Porém, o que ninguém esperava era que o passo seguinte seria a morte que uniria essas cinco pessoas totalmente diferentes. Em um segundo, tudo estava bem, mas uma explosão sucedeu o próximo segundo. Um clarão foi a última coisa que esses cinco viram, e um som ensurdecedor, a última coisa que escutaram.

Cinco pessoas foram mortas por uma bomba terrorista. Cinco inocentes, sem ligações entre si. Cinco almas com sensações diferentes para aquele dia. Só mais um dia comum. A alegria, a ansiedade, o medo, o nervosismo, a melancolia, a tristeza. Estava tudo ali, e em um segundo, não estava mais. Um segundo foi capaz de apagar todos os seus sentimentos e transformar aquelas pessoas de desconhecidas em mártires. 

quarta-feira, 8 de junho de 2016

As estações

    Eu tive cinco amores durante toda a minha vida.
    O primeiro era o verão. A descoberta do primeiro amor, do primeiro beijo, da primeira vez. Doce e deliciosa como um sorvete. Quando me lembro dele, vem-me à memória nossos passeios de bicicleta com o Sol ardendo em nossas costas. Seus cabelos loiros, quase brancos na claridade ofuscante. Os dias longos, passados com o violão no colo e a paixão nos braços. A praia e os passeios de barco recheados de carícias e refrescantes beijos. Seu beijo era frio, em oposição ao verão. E você foi ficando cada vez mais gelado, enquanto meu mundo ficava mais e mais quente. Até que o choque térmico foi insuportável.
    O segundo era outono. Demorou, mas apareceu. Um relacionamento mais maduro. Mais sério. Quase não havia riso, mas sim cumplicidade, confiança. Meu porto seguro, naquele lago claro, com as árvores secas ao redor. Seus cabelos marrons da cor das folhas que caem nessa estação. Seu humor morno como o café. E seus gestos prontos para o inverno. Você achava que esse seria rigoroso, porém eu não.
    O terceiro era o inverno. Não aquele rigorosamente gelado. E sim aquele capaz de fazer você sair de casa com o casaco, mas mesmo assim sentir o sol acariciar sua pele timidamente. Seus cabelos negros como a escuridão que tomava parte do dia. Nossos diálogos eram insanos, e me esquentavam no frio da noite, assim como você esquentava a minha cama. Gostaria de poder reproduzi-los aqui, porém você era o bom de memória. Provavelmente vai escrevê-los em algum dos seus poemas. Que são lindos, por sinal, só que muitos... Salientes. Dois escritores juntos (imagina se tivéssemos filhos, coitados!) ... Passávamos as tardes gélidas com um café quente nas pernas e cadernos nos braços, naquele velho banco da praça deserta, onde nos conhecemos ao som do U2. Falei muito de você, mas poderia falar mais e mais, pelo fato de nós dois escrevermos demais. Ninguém entende desse espírito mais que você. Porém, você dizia que na alma do escritor é sempre inverno, e eu ansiava pela primavera.
   O quarto era, obviamente, a primavera. Calma e renovadora. E rápida. Dois corações machucados aprendendo a se curar juntos. Uma época de riso e beleza, como as das flores que se abrem delicadamente, assim como nosso amor. Depois, o fim. Rápido, mal deu tempo para aproveitar. Mas era porque um novo ciclo deveria se iniciar.


   O quinto é O amor. A junção de todos. Aquele frescor do verão, o frio na barriga do amor não descoberto. A cumplicidade do outono, o meu porto seguro. A necessidade de calor no inverno, a sensação de alguém te entender completamente. A calmaria e beleza da primavera, a ajuda para o coração. Você é tudo isso, todas as estações, e eu te amarei em todas e em cada uma delas.

Uma pequena introdução

Olá, leitores! Esse é o meu cantinho na internet. Aqui vou expor meus sentimentos, sonhos e paixões através de contos. Os textos não são completamente verdadeiros nem falam de mim diretamente. São escritas criadas de uma alma imaginativa. 
Quero postar um novo conto a cada semana e gostaria muito de ter um retorno de quem ler, seja aqui pelo blog ou nas minhas redes sociais. A opinião de cada pessoa importa muito e eu espero realizar meu sonho com esse blog, então agradeceria qualquer tipo de divulgação. A maioria dos meus textos focam em romance, principalmente os trágicos, mas também escrevo muito sobre as dificuldades que passo de uma maneira até poética. E possuo poucos contos centrados na área do terror. 
Bem, essa é apenas uma pequena introdução e a partir de agora vocês poderão ler só meus contos. Espero que gostem! 
Com amor,
Bruna Freitas